O homem que revolucionou a agricultura, que tornou habitáveis áreas anecumênicas e que aprendeu a lidar com o genoma para aprimoramento genético é o mesmo ser que produziu constantes crises do petróleo, que poluiu o ar, infectou o solo e pôs florestas abaixo. De herói a vilão, o comportamento humano o condena inimigo do planeta, ainda que sua essência aclame pelo contrário.
O motivo de tamanha dicomotia entre as ações humanas - que os impedem ocupar um lugar fixo diante da "lei da selva" - são o eterno confronto entre a sua natureza e seu agir - enquadrando-se na teoria do "bom selvagem" de Rosseau, que define o homem como ser essencialmente sensato, sendo corrompido pela sociedade.
Enquanto seres primitivos a ação humana limitou-se à caça e a coleta, lidando com recursos renováveis. Neste momento histórico em que a natureza do homem sobrepunha-se aos interesses de uma sociedade, o planeta nao se sentiu ameaçado - é verdade, porém, que a ação humana era puramente animal e majoritariamente instintiva.
A partir do momento em que foi criado um modelo econômico questionável sob o qual reinos buscavam supremacia a Terra começou a desarticular-se. Desde então, em nome de uma falsa riqueza o homem esgota suas reservas naturais. A procura por industrialização sufoca as camadas da atmosfera, queima todo o petróleo e derruba enormes florestas. E extasiados pela realidade virtual provocada pelos "podres poderes" ambicionamos destruir até a camada pré-sal.
Enterrados sob uma realidade de orgânico egoísmo, o homem abafa a sua própria natureza na busca pelo poder ilusório. Questiona até a si mesmo e a resposta para tanta estupidez está perto, no seu bolso.
[redação da unesp.]